5.10.11

De filho único a filho mais velho

Fazia muito tempo que a família urso não vivia alguma novidade. Na floresta, atrás de abelhas e mel, o pequeno ursinho já não era 'tão pequeno' mais. A última aventura da qual se recordam foi o dia em que uma garota de cabelos cacheados cor de ouro causou a maior confusão em casa. Contudo, a menina que saiu de repente, assim como chegou, não voltou mais.
Mamãe e papai ursos também começaram a achar que a vida precisava de mais movimento, alegria e então planejaram a chegada de mais um membro à família urso. Os três agora seriam quatro!
Mal começaram a pensar no assunto, a mamãe começou a sentir-se diferente. Achou que era coisa da cabeça dela, a vontade tão grande de um bebezinho que já parecia estar com ele na barriga.
Os dias pasasram e Dona Ursa continuou a ter os mesmos sintomas. Ficava com muito sono de dia, seus seios doíam e ela estava com fome de leão.
Dona Ursa ficou pensando como seria a reação do ursinho que até agora era tratado como bebê urso, mas que já era um rapaz. Será que ele sentiria ciúmes? Precisava fazer algo para que todos recebessem o novo membro da família com muita felicidade.
Mamãe chamou o filho para um passeio na floresta. Contou para ele como foi emocionante o dia em que soube da sua chegada, falou dos primeiros meses, o primeiro banho, as visitas dos outros bichos, os presentes, de como a casa e a vida ficaram diferentes com a chegada dele.
O pequeno urso disse que estava com muita expectativa para ter um irmãozinho ou irmãzinha, mas que, as vezes, tinha medo. Agora o amor seria dividido com outro...
A mamãe ficou feliz em ver o filhote abrir seu coração, falar o que sentia de verdade, sem preocupar-se em agradar apenas. A sinceridade do filho a deixava muito orgulhosa. Então, Dona Ursa parou, sentou-se com o filho e apontou para uma linda roseira. Era primavera e a planta estava cheia de flores muito belas. Entre as grandes e abertas, pequenos botões anunciavam que em breve a pequena árvores estaria ainda mais colorida.
_ Você vê aquela roseira, querido?
_ Sim, mamãe. Ela está muito bonita esta época do ano. Tão cheirosa!
_ Verdade. Viu quantas flores ainda estão em  botão, esperando sua hora de florescer! A roseira vai ficar ainda mais bonita e cheirosa em breve. Bom, ursinho, quanto mais flores, mais bonita a árvore fica, não acha?
_ Sim.
_ Para nascer uma flor não é necessário que outra morra.
_ Entendo. Quer dizer para mim que com o novo ursinho tudo vai ficar ainda melhor e que eu não saio perdendo...
O pequeno urso respirou um minuto. Estava feliz com a idéia do bebê, mas a mamãe tinha razão: havia muitas perguntas no seu coração. As vezes ele tinha medo de falar tudo e ser mal compreendido. Os pais poderiam achá-lo egoísta ou concluir que ele não queria o irmão ou irmã. E não era isso. Então tomou 'coragem de leão' para continuar:
_ Mas mãe, quando a gente for colher mel, será menos para cada um, o espaço em casa também vai ser dividido e você vai estar sempre cuidando dele!
_ Querido, a matemática do amor não tem mais e menos, só tem multiplicação e divisão.
_ Agora eu não entendi!
_ É que quando você divide seu amor com alguém, ele volta para você multiplicado, muito maior. No início da história da minha vida, eu colhia mel sozinha. Quando eu estava com fome, entrava na mata e buscava um peixe, fruta, ou mel. Depois, conheci seu pai e passamos a buscar o alimento juntos. Muitas vezes, de surpresa, seu pai aparecia com algo gostoso para mim quando voltava da floresta e outras tantas vezes ele chegou em casa e eu tinha preparado um mingau de aveia do jeitinho que ele gosta. Esse carinho, essa surpresa boa, fez a vida ficar dez vezes mais deliciosa e sempre temos mais do que tínhamos antes. Não é mais só sair para matar a fome. É um carinho com o outro.
_ Aí eu cheguei e dividem esse carinho comigo!
_ No início, um bebê dá um trabalhão... E você sempre teve uma fome deeeeeeeeeeeeeeste tamanho.
E abriu os braços de ursa como o Cristo Redentor, ocupando um espaço gigante ao redor do pequeno urso. Então prosseguiu:
_ Eu tinha leite para você mamar, mas seu pai teve que trabalhar dobrado para trazer comida para mim enquanto eu cuidava de você. O tempo passou, você foi crescendo e hoje é uma felicidade só sairmos os três para caçar. Nossa vida é muito mais completa. Você nos trouxe mais motivos para buscar mais mel.
_ Quando meu irmãozinho ou irmãzinha crescer vamos todos buscar mel e frutas e teremos muito mais! E será divertido também!
_ Claro que sim! E quanto ao espaço em casa, pense bem, estaremos mais quentinhos todos juntos quando hibernarmos e vocês poderão brincar bastante. Quantas coisas você já sabe e poderá ensinar ao pequeno travesso que vem por aí! Agora você não é mais “O FILHO ÚNICO” e sim “O FILHO MAIS VELHO”. Sempre meu primogênito, o primeiro.
Abraçados, os dois continuaram a andar pela floresta e a conversar por algum tempo. Nem a mamãe, nem o filhote souberam quanto tempo se passou, porque a conversa estava tão boa!
Mamãe ursa, já perto de casa, deu uma missão especial ao pequeno urso. Ele escutou com atenção, deu um super abraço apertado nela e entrou correndo para encontrar o papai urso.
_ Papai, mamãe pediu para que eu te entregasse esse presente.
No pedacinho verde de folha, mamãe ursa tinha escrito um bilhete que anunciava a chegada do bebê urso. Ela já sabia que estava grávida!
Os três se abraçaram e sorriram e choraram e o ursinho sentiu o coração apertado, com o amor se multiplicando e ocupando tanto espaço que doía. Ele entendeu nessa hora o que a mamãe tinha dito. Era o choro mais feliz da vida do pequeno urso.
Depois ele descobriu que muitos choros viriam: de fome, de cólica, de xixi, de uma bolinha de pelos que não sabia dizer o que queria.
Na semana seguinte, o pequeno urso passava horas na floresta brincando. A mãe até ficou preocupada que o ciúmes tivesse tomado conta do seu rapazinho. Até que em uma sexta-feira, o pequeno urso chegou saltitando, com um chocalho gigante nas mãos.
_ Olha o que eu fiz para o bebê! Eu sei que é grande, mas assim ele brinca muito tempo e podemos balançar para contar histórias para ele.
E esse foi o primeiro presente que a ursinha linda que nasceu, recebeu do irmão. Eles brincaram muito, brigaram um tanto e agora o ursinho tem muitas outras histórias para contar para a gente!

17.9.11

Você é uma mulher "poderosa"?

Em minha passagem por uma livraria outra tarde, fiquei impressionada com o número de livros para levantar a auto estima de jovens e adultas. Entre os que prometem melhorar a relação entre homens e mulheres, estão
- "Porque os homens adoram as mulheres poderosas"
_ "Porque os homens se casam com as manipuladoras", ambos de Sherry Argovç
_ "Deixe os homens aos seus pés" de Marie Forleo

Interessante que, parada na fila por algins minutos, observei que quem compra esses exemplares nem de longe lembra as velhas solteironas de antigamente. Esses fenômenos de vendas são engraçados, servem para matar o tempo e, em alguns casos, são até muito úteis.

Apesar da fórmula "como não deixar escapar um noivo", muitos dos conselhos das duas autoras ensinam às mulheres a manterem a dignidade nos relacionamentos em geral. De um jeito bem humorado.


Falando sobre como os homens testam os nervos e o caráter das mulheres para estabelecerem os limites (Isso mesmo, ele te irrita de propósito!), na página 139, sob o tópico "Quanto mais racional você permanece, mais poder tem", surge uma "dica":


"Nunca entre em luta corporal com um porco. Se você agir assim, os dois sairão sujos. Mas o porco vai adorar."<br />


Neles, reconheci muita gente, inclusive eu mesma, e me diverti. Que mulher não tentou agradar alguém que não valia a pena ou nos desgastamos em uma situação em que deveríamos apenas virar as costas e ignorar? Até mesmo os filhos precisam de limites da nossa afeição para que nos respeitem. Por isso, enquanto lia e rememorava tantas situações com mulheres diferentes da minha vida, dei muitas risadas...



O sucesso desse tipo de literatura é consequência da educação que receberam as últimas gerações de meninas, com cinema, tv, revistas e os próprios pais, muitas vezes, construindo a imagem feminina de maneira equivocada. Algumas garotas aprenderam que bonito é provocar de modo óbvio. Usam o corpo e não a mente. São praticamente adestradas a seguirem o modelo Felizes para Sempre, correndo atrás de um buquê nas festas de casamento. Elas cresceram e tornaram-se adultas inseguras. Mesmo as que obtiveram sucesso profissional, em muitos casos têm suas relações mal resolvidas porque esperam a felicidade absoluta como dependente de se ter um parceiro.

A auto estima depende da aprovação do outro e não têm uma consciencia clara dos próprios valores.

Vejo mulheres fantásticas, próximas a mim, que venceram na vida, construiram carreira e que não conseguem ter maturidade emocional em relação aos relacionamentos. Aí elas correm atrás de um cara, quando solteiras, ou são desvalorizadas pelos maridos e acham isso normal!!!!!!!!!!!!!!

Você faz valer seus valores e seus gostos?

Ainda tem hobbys e atividades que te dão satisfação e que não dependem do outro?

Quais os seus sonhos mais próximos? O que anda fazendo por eles?

Você é sempre a boazinha da casa, abrindo mão da sua opinião?

Tem um tempo só para você?

Como identificar atitudes de desrespeito se você mesma não dá muita bola para o que pensa com medo da culpa por não fazer a vontade do outro?
No caso dos namorados ou maridos, eles deixam de ter interesse ou esfriam, como dizemos, por maior que seja o decote, quando falta personalidade. Em casos extremos falta dignidade mesmo! Se só pensarmos no outro isso vai pesar para ele e o indivíduo vai correr a milhas de nós.

Se você faz dieta, ginástica, se fantasia, faz pole dance, strip tease ou dança do ventre para estar bem, para rir com ele, se divertir, com a certeza que o restante da relação vai bem... tudo bem! Mas quando o objetivo é só segurar um homem... Se está insegura ou acha que assim vai receber mais atenção em outros setores da vida... MEUS PÊSAMES! Precisa esquecer as cenas de novela e encontrar a parte de você mesma que anda perdida, reconstruir seus conceitos, valorizar suas hitórias, rir dos próprios erros.

A dica de todas as autoras é não ir para a cama quando ele quer só para agradar. Sem fazer joguinhos, respeitar suas emoções, seus valores, seu momento e seu corpo. O que era ensinado às meninas e hoje é papo careta, agora vende best sellers...

Quem sabe o que quer, quem sabe se valorizar, tem mais felicidade nos relacionamentos... ou fora deles! É imprevisível, interessante, é um mistério a ser desvendado sempre, uma novidade constante para o outro. As mães mártires ou os objetos sexuais são modelos falidos. O que as nossas meninas estão vendo em casa? Que exemplo somos? Cuidamos de nós como gostaríamos que elas se cuidassem?


Que esses fenômenos de venda ajudem-nos a sermos adultas mais maduras e seguras, mas principalmente, a criarmos meninas prontas para serem mais felizes hoje e amanhã.

28.4.11

O TEMPO NOSSO DE CADA DIA

BOM, COM O DIGNÓSTICO DA CASA PRONTO FALTAVA MONTAR UM QUADRO SEMELHANTE PARA MIM MESMA. FICOU ASSIM: