17.9.11

Você é uma mulher "poderosa"?

Em minha passagem por uma livraria outra tarde, fiquei impressionada com o número de livros para levantar a auto estima de jovens e adultas. Entre os que prometem melhorar a relação entre homens e mulheres, estão
- "Porque os homens adoram as mulheres poderosas"
_ "Porque os homens se casam com as manipuladoras", ambos de Sherry Argovç
_ "Deixe os homens aos seus pés" de Marie Forleo

Interessante que, parada na fila por algins minutos, observei que quem compra esses exemplares nem de longe lembra as velhas solteironas de antigamente. Esses fenômenos de vendas são engraçados, servem para matar o tempo e, em alguns casos, são até muito úteis.

Apesar da fórmula "como não deixar escapar um noivo", muitos dos conselhos das duas autoras ensinam às mulheres a manterem a dignidade nos relacionamentos em geral. De um jeito bem humorado.


Falando sobre como os homens testam os nervos e o caráter das mulheres para estabelecerem os limites (Isso mesmo, ele te irrita de propósito!), na página 139, sob o tópico "Quanto mais racional você permanece, mais poder tem", surge uma "dica":


"Nunca entre em luta corporal com um porco. Se você agir assim, os dois sairão sujos. Mas o porco vai adorar."<br />


Neles, reconheci muita gente, inclusive eu mesma, e me diverti. Que mulher não tentou agradar alguém que não valia a pena ou nos desgastamos em uma situação em que deveríamos apenas virar as costas e ignorar? Até mesmo os filhos precisam de limites da nossa afeição para que nos respeitem. Por isso, enquanto lia e rememorava tantas situações com mulheres diferentes da minha vida, dei muitas risadas...



O sucesso desse tipo de literatura é consequência da educação que receberam as últimas gerações de meninas, com cinema, tv, revistas e os próprios pais, muitas vezes, construindo a imagem feminina de maneira equivocada. Algumas garotas aprenderam que bonito é provocar de modo óbvio. Usam o corpo e não a mente. São praticamente adestradas a seguirem o modelo Felizes para Sempre, correndo atrás de um buquê nas festas de casamento. Elas cresceram e tornaram-se adultas inseguras. Mesmo as que obtiveram sucesso profissional, em muitos casos têm suas relações mal resolvidas porque esperam a felicidade absoluta como dependente de se ter um parceiro.

A auto estima depende da aprovação do outro e não têm uma consciencia clara dos próprios valores.

Vejo mulheres fantásticas, próximas a mim, que venceram na vida, construiram carreira e que não conseguem ter maturidade emocional em relação aos relacionamentos. Aí elas correm atrás de um cara, quando solteiras, ou são desvalorizadas pelos maridos e acham isso normal!!!!!!!!!!!!!!

Você faz valer seus valores e seus gostos?

Ainda tem hobbys e atividades que te dão satisfação e que não dependem do outro?

Quais os seus sonhos mais próximos? O que anda fazendo por eles?

Você é sempre a boazinha da casa, abrindo mão da sua opinião?

Tem um tempo só para você?

Como identificar atitudes de desrespeito se você mesma não dá muita bola para o que pensa com medo da culpa por não fazer a vontade do outro?
No caso dos namorados ou maridos, eles deixam de ter interesse ou esfriam, como dizemos, por maior que seja o decote, quando falta personalidade. Em casos extremos falta dignidade mesmo! Se só pensarmos no outro isso vai pesar para ele e o indivíduo vai correr a milhas de nós.

Se você faz dieta, ginástica, se fantasia, faz pole dance, strip tease ou dança do ventre para estar bem, para rir com ele, se divertir, com a certeza que o restante da relação vai bem... tudo bem! Mas quando o objetivo é só segurar um homem... Se está insegura ou acha que assim vai receber mais atenção em outros setores da vida... MEUS PÊSAMES! Precisa esquecer as cenas de novela e encontrar a parte de você mesma que anda perdida, reconstruir seus conceitos, valorizar suas hitórias, rir dos próprios erros.

A dica de todas as autoras é não ir para a cama quando ele quer só para agradar. Sem fazer joguinhos, respeitar suas emoções, seus valores, seu momento e seu corpo. O que era ensinado às meninas e hoje é papo careta, agora vende best sellers...

Quem sabe o que quer, quem sabe se valorizar, tem mais felicidade nos relacionamentos... ou fora deles! É imprevisível, interessante, é um mistério a ser desvendado sempre, uma novidade constante para o outro. As mães mártires ou os objetos sexuais são modelos falidos. O que as nossas meninas estão vendo em casa? Que exemplo somos? Cuidamos de nós como gostaríamos que elas se cuidassem?


Que esses fenômenos de venda ajudem-nos a sermos adultas mais maduras e seguras, mas principalmente, a criarmos meninas prontas para serem mais felizes hoje e amanhã.