18.4.11

Evitando perdas na cozinha

Cortar o desperdício em casa sem impor uma rotina que nos faça parecer sovina é um desafio para todas as donas e donos de casa do planeta.


Quando eu era pequena isso parecia fácil para minha mãe. Assistente social, ela não tolerava que colocássemos no prato mais do que fôssemos comer. Não queria comida no lixo. Minha irmã herdava as roupas que não me servissem mais e todo o resto era sempre doado a alguém. Sempre que ganhávamos uma peça, tínhamos que tirar uma...


Convivi com pessoas que estavam sempre lá em casa certas da doação. O catador de recicláveis, falecido Sr. João, sempre saìa com o que sobrava do almoço e da janta e meus irmãos e eu temos muitas histórias hilárias sobre cada um desses personagens. Desse jeito, parecia natural evitar o desperdício...


Quando me casei com o Ricardo, deparei-me com o desafio de evitar a perda. Ele não gosta de potinhos e de sobras guardadas. Tem a sensação de pobreza!(Ah, que homem chique! rsrsrs)Fazer o quê?


O freezer ajudou muito nesse processo. Não a congelar as sobras, mas a planejar as refeições por porções. Assim que faço as compras, separo as carnes e os cardápios. Divido em potes com o número de fatias ou o pedaço que com certeza nos dará em cada refeição. Assim, quando descongelamos para preparar ou para aquecer, só estamos usamos as quantidades certas. Os potes recebem etiquetas com o nome do que contém e a quantidade.

Você pode usar o freezer para evitar perdas também. Os temperos verdes como salsinha, cebolionha, hortelã, são lavados picados e congelados... Assim não amarelam na geladeira e não acabam na lixeira.


No lanche da minha filha Louise e do meu enteado Lucca sempre têm biscoitos. Eu tento equilibrar com frutas e vitamina de manhã. Mas o lanche da escola é fatal: um suco de soja e um biscoito. O problema era que cada um abria um pacote, não terminavam e ninguém queria comer o resto que ficou no pote da cozinha depois. Era mais fácil ir na gaveta e buscar outro pacote novo. Essa facilidade criou outro problema: enquanto trabalhávamos, o lanche da escola era consumido fora de hora.


Bom, a solução foi criar duas gavetas. Combinamos que a cota diária estaria na primeira e que a de baixo era o nosso depósito. Só era permitido o acesso à primeira. Com a quantidade controlada, a questão era outra: a qualidade da alimentação quando eles fossem escolher sozinhos!


Sempre deixo bilhetes ou ligo para casa orientando o que minha filha vai comer a tarde, de lanche, o que é nutricionalmente mais adequado. Com pré-adolescentes muitas vezes há a necessidade de que eles sintam-se escolhendo e não recebendo ordens. rsrsrs Então fizemos o seguinte: temos três grupos alimentares: laticínios, massas e frutas. Temos que comer um alimento de cada grupo pela manhã, mas podemos fazer as próprias escolhas.


Pode ser: um suco de soja, um iogurte, um leite com achocolatado ou vitamina
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uma fruta que ela pode escolher colocar na vitamina, no cereal ou comer.
Assim digo:
_ Louise, temos mamão com mel, banana, maçã... O que quer?
Além disso ela tem como alternativa no grupo das massas um queijo quente de pão integral, torradas, bisnaguinhas.
Em dias em que as opções estão mais limitadas ela já sabe que precisa escolher entre o que tiver, alimentos dos três grupos. Para não ficar no 'toma um Todynho e pronto'!

O mesmo acontece no almoço: Tem que provar de tudo, pelo menos. Um de cada grupo e, graças a Deus, ela come de todos os legumes e verduras.


O mais difícil tem sido elaborar uma rotina de casa que evite o despedício de tempo e energia. Otimizar em relação ao período que disponho para casa, para filho, marido, tarefas domésticas, além do trabalho. Ensinar a planejar o tempo de internet, tv, deveres de casa, atividades extras e descanso. Lidar com todos os "pelo amor de Deus, mãe, isso não!' ou ' deixa eu ver mais tv, por favor, por favor, por favor' ou ainda 'a empregada limpa isso'! Fazer todos colaborarem é um desafio... que trataremos no post seguinte! Abraços.